Minha História

Rosa Amélia - Cantora e Compostitora


Nasci em Itabira, Minas Gerais, sob o signo de Aquário, e desde a infância, a música é minha grande paixão. Quando criança, parecia ouvir música nas notas impressas no papel de bombom Sonho de Valsa.

Aos 6 anos, aprendi meus primeiros acordes de violão com minha irmã Gioconda, que também me introduziu ao pandeiro, influenciando diretamente minha participação na fanfarra feminina do Colégio Nossa Senhora das Dores, onde cursei o segundo grau.

Tocando caixa de guerra e ensinando novatas na fanfarra, descobri minha paixão pela percussão. Aos 17 anos, mudei-me para Belo Horizonte para continuar meus estudos, e foi lá que meu irmão Geraldinho Alvarenga, já um músico na deliciosa noite da capital mineira, despertou meu interesse pela música profissional.

Paralelamente às minhas incursões musicais, trabalhei no Banco Agrimisa e, posteriormente, na Prodabel. Foi nesse período que percebi que meu lugar estava no palco, com violão e percussão.

Iniciei minha trajetória como cantora na cena noturna de Belo Horizonte e integrei os grupos de choro Flor de Abacate e Sarau Brasileiro como percussionista.

Em 1989, produzi meu primeiro disco independente, o LP "Rosa Amélia", em Belo Horizonte-MG, no estúdio da Bemol. Contei com a colaboração de músicos excepcionais: Lincoln Sheib na bateria; Ivan Correia no baixo; Amauri Ângelo (o aranha) na guitarra; Jairo Lara no sax; Murilo no violino; Márcio Batista na percussão; Cícero no acordeon; Zacarias (bandolin); Pierre Luc (DX-7), um querido e talentoso músico francês com quem tive o privilégio de trabalhar; Silvio Carlos (violão 7 cordas, na faixa 3), amigo e conterrâneo de nossa querida Itabira-MG; Oscar Tibúrcio (piano), primo querido; Bento Menezes (in memoriam), violão e guitarra; Luiz Antônio (flauta em G e quarteto de flautas); Ricardo Fiúza Dx-7 (na faixa 1); Ezequiel (bateria na faixa 3) e Geraldinho Alvarenga, meu mano querido, que além da direção musical e arranjos, fez cavaquinho e violão. Este LP foi muito bem recebido pelo público e pela crítica, tornando-se um sucesso! Vale ressaltar que, na época, em 1989, os CDs ainda não existiam.

Em 1990, conquistei a vitória no carnaval da encantadora cidade histórica de Sabará. O samba-enredo que compus para a escola Rancho das Flores não apenas me rendeu o título de vencedora, mas também contribuiu para que a escola fosse coroada campeã. Essa conquista foi fruto de uma colaboração especial na letra, realizada em parceria com meu primo, Antonio Márcio Machado Alvarenga.

Em 1993, completei minha graduação em Comunicação Social pela Universidade Newton Paiva, em Belo Horizonte, MG. No mesmo ano, recebi um convite para trabalhar no Rio Grande do Sul, na encantadora cidade de Caxias do Sul, com a missão de criar jingles. Essa oportunidade me entusiasmou, especialmente porque havia acabado de conquistar um prêmio notável da Fiat no concurso "Momentos Inesquecíveis Mile". Fui honrada ao ficar entre os 5 escolhidos dentre mais de 26.000 trabalhos inscritos de todo o Brasil. A agência responsável era dirigida por ninguém menos que Washington Olivetto.

Em 1994, tomei a decisão de mudar para Caxias do Sul, onde fundei minha própria produtora de áudio, a COMPOR. Ao longo do tempo, conquistei reconhecimento na publicidade gaúcha, sendo laureada com prêmios pela criação de jingles e peças publicitárias.

Em setembro de 1995, recebi o convite da banda Cuidado que Mancha, de Porto Alegre-RS, que estava lançando seu primeiro álbum, para integrar o grupo como percussionista em seus shows. Durante a gravação de um programa na TVCOM-RS, comandado por Lauro Quadros para divulgar o show da banda, ocorreu algo verdadeiramente inusitado.

Nesse dia, a renomada cantora Ná Ozzeti, também convidada do programa, encontrava-se sem seu violonista, programado para chegar a Porto Alegre apenas no dia seguinte para seu próprio show. Lauro Quadros, persistente, insistiu para que ela apresentasse sua música de trabalho, "No Rancho Fundo". Ná Ozzeti, perplexa, explicou que seria impossível sem seu violonista, conhecedor do arranjo.

Diante da hesitação e do impasse, aguardei na esperança de que algum músico se apresentasse. Contudo, diante da ausência de voluntários, e com o incentivo incansável de Lauro, a cantora foi instigada a cantar de qualquer forma. Orgulhosamente e, ao mesmo tempo, ciente da responsabilidade, ofereci-me para acompanhá-la ao violão.

Certamente, a situação deve ter gerado surpresa na mente da talentosa cantora, mas o que ela não sabia era que, além de percussionista, eu era uma cantora da noite belorizontina, acostumada a tocar em bares mineiros com meu violão. A timidez de minha oferta contrastava com a ousadia da situação. Imagino que ela deve ter pensado: "Uma percussionista tocando meu arranjo de violão?". Mesmo assim, timidamente, ofereci minha ajuda, e para minha surpresa, Lauro Quadros aplaudiu minha iniciativa.

O desfecho dessa história peculiar? Eu toquei violão para Ná Ozzeti cantar "No Rancho Fundo", e assim, ganhei a noite! Uma experiência que guardarei com muito orgulho e emoção.

Os anos foram passando...

Tenho uma predileção especial por uma frase da música do Beto Guedes: “Abelha fazendo mel, vale o tempo que não voou”.

E é exatamente assim que descrevo minha jornada. Mesmo não estando constantemente nos palcos, apresentando shows, a música permanecia latente dentro de mim, e durante todo esse tempo, compus diversas canções.

Desde 1994, estou radicada em Caxias do Sul, RS, onde já produzi mais três álbuns autorais: “Ensaio” (2001), "Despertar" (2005) e um trabalho voltado para o público infantil intitulado "O Mundo Mágico dos Alimentos", composto por um CD (2009) e um DVD (2011).

Ao longo do tempo, continuei enriquecendo o cenário musical gaúcho, participando de CDs e shows ao lado de talentosos colegas, tais como Valdir Verona e Rafael De Boni, Grupo Ária Trio, Paulo Siqueira, Rafa Shüler, Vocal Sem Batuta, Vinicius Todeschini, Marcos Menezes, Samoel Lucas, Gilberto Salvagni e Kriz Zamboni.

Em 2008, surgiu a oportunidade de criar algo especial. Convidei Valdir Verona (viola e violão) e Rafael De Boni (acordeon) para juntos montarmos o espetáculo "Do Sul às Gerais". Nesse projeto, assumi as funções de violonista, vocalista e percussionista. Foi uma experiência incrível, repleta de clássicos da música mineira e gaúcha, que nos levou a 11 cidades do Rio Grande do Sul, através do SESC - Cultura por toda Parte. Cada apresentação foi uma verdadeira celebração musical, e o resultado foi um espetáculo delicioso de realizar!

Desde então, essa colaboração perdura, e Valdir Verona e Rafael Deboni continuam a enriquecer com seus talentos a minha produção musical. Além deles, Nino Henz, um excepcional baixista, tornou-se uma presença constante e participa ativamente dos meus projetos.

Em 2021, iniciei um projeto que acalentava há muito: a gravação de clássicos da MPB. A pandemia impulsionou essa iniciativa, e com o apoio dos músicos talentosos Rafael De Boni, Valdir Verona e Nino Henz, já gravei diversas músicas, incluindo "Clube da Esquina 2" e "Minas".

Hoje, compreendo de forma nítida o chamado daquelas notas musicais, como se fossem os pedaços de um Sonho de Valsa.

Sinto-me mais inspirada do que nunca, repleta do desejo incessante de criar e compartilhar a minha arte.

"A música é a felicidade da minha alma!"

Rosa Amélia